quinta-feira, 23 de maio de 2013

Enzo Ferrari


Enzo Ferrari nasceu em 18 de fevereiro de 1898, em Modena, Itália. Sua paixão pelo automobilismo surgiu quando  visitou o autódromo de Bolonha, aos 10 anos de idade. Trabalhou como mecânico de automóveis até a primeira guerra mundial, entrando depois para a Contruzioni Mecaniche Nationali, fazendo testes de automóveis.

Enzo Ferrari como piloto Alfa Romeo.

Pouco tempo depois passou a fazer parte da Alfa Romeu, já como piloto. Em 1929 Enzo Ferrari fundou a Scuderia Ferrari, que consistia numa equipe que pretendia participar no maior número possível de corridas com o maior número de carros. 
Scuderia Ferrari 1930

A Alfa Romeu fornecia os automóveis e estes eram modificados pela oficina de Ferrari. Os automóveis usados pela Scuderia naquela altura foram os Alfa 1750, 2300, posteriormente modificados para 2600cc, e os famosos Ferrari P3.

Alfa Romeo P3

A escuderia obteve bons resultados enquanto ainda modificava os carros da Alfa, com várias vitórias em diferentes tipos de provas inclusive a grande prova de Le Mans.
Em 1938, Enzo Ferrari deu fim a Scuderia, pois foi convidado para dirigir o recém criado departamento de competição da Alfa Romeu. Porém, Enzo entrou em atrito com o engenheiro chefe da Alfa Romeu, Wilfredo Ricart, o que levou Enzo a fundar em 1939 sua própria fábrica, com sede em Modena. Em 1940 Enzo fabricou o seu primeiro  automóvel o 815 , mas não lhe deu seu próprio nome, por estar ainda vinculado à Alfa Romeu. O carro recebeu a marca Auto Avio Contruzioni, nome da fábrica fundada por Enzo. O 815 possuía motor de oito cilindros de 1500cc, construído em parte com material da Fiat.

Auto Avio 815
Acontecimentos ligados à segunda guerra mundial forçaram Ferrari a transferir a fábrica para Maranello, a 18 km de Modena, sofrendo uma completa reestruturação.
O projecto do primeiro automóvel construído exclusivamente pela Ferrari data de 1945, do qual nasceu o Ferrari 125 GT, que gerou outros modelos baseados em diferentes esquemas técnicos, como o Ferrari 125 S, que pilotado por Franco Cortese venceu o GP de Roma de 1947. Este carro tinha um motor V12 , que se tornou uma marca registada da Ferrari e que desenvolvia 100cv, Foi projectado por Gioachino Colombo, que havia deixado a Alfa Romeu, e Luigi Biazzi.

Ferrari 125S

Um dos grandes projetos de Enzo Ferrari era fabricar carros para todas as categorias de competição, e começou a se realizar em 1948, com a criação de um monoposto de GP, o 125 F1 (1500cc), com novo motor  V12 com 230cv graças a um compressor Roots. Este carro levou a grandes resultados em diversas provas, pois participou em várias categorias. Mais tarde, em 49, o motor da 125 F1 foi modificado, com compressor de 2 estágios, o que tornou o carro muito mais veloz.

Ferrari 125 F1

Já com Aurelio Lampredi no lugar de Gioacchino Colombo, a Ferrari passou por um período de intensa evolução técnica durante os anos de 48 a 50. Foram construídos diversos automóveis com diferentes tipos de motorização, todos 12-V, que atingiam até 350 cv.
Em 52 surgiu o Ferrari 500 F2, a primeira Ferrari de 4 cilindros, que seria usado na fórmula 2, visando novas soluções para a diminuição de cilindrada que ocorreria na F1 a partir de 54, que seria limitada a 2500cc. O 500 F2 tinha baixo nível de consumo e bom equilíbrio geral, que desgastava pouco os pneus e tornava possível que cobrisse toda a distância de um GP sem parar na box. O carro era tão bom que foi usado nos campeonatos de F1 de 52 e 53 .
Ferrari 500 F2
Nesta época alguns dos principais adversários da Ferrari nas competições eram a Alfa Romeu e a Maserati. A Ferrari ainda não tinha ganho nenhum campeonato, apesar de ter obtido várias vitórias. Apenas em 1952 , com Gilberto Ascari pilotando a 500 F2, a Ferrari obteve seu primeiro título na fórmula 1, que foi seguido de outro em 53. 
Em 53 deu-se continuidade a construção de automóveis turismos, quando se iniciou um programa comercial onde Pininfarina ficou encarregada de "carroçar" os carros comerciais da Ferrari, que usariam os motores que haviam sido desenvolvidos para as competições. Desde então, Pininfarina tornou-se quase exclusivo nos designs da marca. 
Até 54 haviam sido construídos mais de 21 tipos de motores, a maioria derivados do V12 de Colombo. A empresa mantinha praticamente a mesma estrutura de 1947, com o quadro de funcionários aumentado de 241 para 269.
Em 1956, Enzo Ferrari sofreu o que seria um dos maiores desgostos da sua vida quando viu morrer o seu filho, Alfredino Ferrari aos 26 anos, sofrendo de distrofia muscular progressiva. Isto fez com que seu pai , Enzo, se torna-se uma pessoa amarga. Desde então Enzo nunca mais pisou numa pista de corrida e passou a usar os inseparáveis óculos escuros.
Durante o período compreendido entre 54 e 60, a Ferrari produziu automóveis desportivos e de turismo, com motores de quatro, seis, oito e doze cilindros, entre eles o primeiro Testa Rossa, chamado assim devido as tampas das válvulas vermelhas.
Quanto a inovações em outras áreas que não a motorização, a Ferrari começou a equipar os seus automóveis com travões a disco em 1959. Além disso, em 1960 os Ferrari passaram a receber motor traseiro, visando melhor desempenho no novo regulamento da F1 de 1,5 litro que entraria em vigor em 61. O primeiro carro a adoptar esse esquema foi o Ferrari 156 F1, equipado com motor V-6, que venceu o GP de Solitude. Mais tarde, os motores receberam injecção directa Bosch.

Ferrari 156 F1
Phil Hill tornou-se campeão mundial com o 156 F1 em 61. Depois veio o segundo Ferrari de motor traseiro, o 256 F1, projectada por Carlo Chiti (projectista do 156 F1). No mesmo ano os Ferrari de competição receberam uma modificação: o alerón. O motor F1 de 6 cilindros, com algumas modificações, foi usado em outros carros, como o 196 S, com o qual Lodovico Scarfiotti venceu o Campeonato Europeu de Montanha no ano seguinte.

Ferrari 256 F1
Em 1963 foi construído um novo motor V8 que substituiu o V6, que em 64 foi colocado no recém lançado mono-bloco de motor portante, inovação técnica que se tornaria habitual nos mono-postos. Novos materiais usados na construção dos chassis, metais leves e plásticos, permitiram reduzir o peso total dos automóveis.
O aperfeiçoamento aerodinâmico acompanhava o desenvolvimento mecânico da Ferrari, na medida que novos tipos de carenagens eram testadas. Foi o campeonato de Marcas (que incluía 24 horas de Daytona e as 24 horas de Le Mans), por suas corridas de longa duração, que mais tornou necessário o desenvolvimento das carenagens para que o piloto sofresse menos os efeitos da força do ar ao longo da prova e para que os automóveis ficassem mais fáceis de conduzir, proporcionando menor desgaste do piloto. Alguns exemplos de modelos carenados são o 512 S de 1970 e o 312 P , que venceu o campeonato Mundial de Marcas de 1972.

Ferrari 512S

Todas as inovações que se mostravam eficientes iam sendo utilizadas na construção dos carros comerciais produzidos pela Ferrari que desde 1960 tinha assumido a denominação de SEFAC (Società Esercizio Fabbriche Automobili e Corse).
Em 1969 a FIAT fez um acordo com a Ferrari que visava a produção de alguns modelos de carros que seriam equipados com motores Ferrari Dino, que ainda eram usados, com algumas modificações, na fórmula 2. Assim foram construídos os Dino 206 e mais tarde o Dino 246. Em 21 de Junho de 1969 as relações comerciais entre as duas empresas oficializaram-se, com a entrada da FIAT na sociedade SEFAC-Ferrari.

Ferrari 246 GT
Na fórmula 1, o 312 B, com motor de 3000cc, de doze cilindros contrapostos, denominado Boxer, substituiu, em 70, o 312, utilizado até 1969. Neste ano o 312 B venceu várias corridas, dentre elas o GP da África do Sul e o GP da Itália.
Em 1971 0 312 B conseguiu duas vitórias no campeonato mundial de F1: no GP do Holanda e no GP da África do Sul. Em 1972, ainda com o 312 B, Jack Ickx venceu o GP da Alemanha. A Ferrari utilizou o mesmo motor Boxer do 312 B num automóvel de corridas, o 312 P, que venceu o Campeonato Mundial de Marcas de 1972. Até o fim da temporada seguinte (73), a Ferrari continuou a utilizar o 312 B na F1, aperfeiçoando-o constantemente.

Ferrari 312b 
Ferrari 312P
Em fins de 1973 a fábrica de Maranello apresentou a Dino 308 GT, cm motor V8 de 255cv, colocado entre os eixos, em posição transversal. Com carroçaria desenhada por Bertone, esse modelo rompeu com o design tradicional de qualquer  Ferrari até a data. Porém, apesar do novo lançamento, a empresa continuou a fabricar o Dino 246. Também nesse ano a Ferrari lançou outro modelo GT de concepção revolucionária: a 365 BB (berlineta boxer), com carroceria Pininfarina e motor traseiro Boxer de doze cilindros contrapostos de 4390cc.


Ferrari Dino 308 GT
Durante estes 28 anos de actividade a Ferrari tinha construído 132 tipos diferentes de motores, uma média de mais de quatro por ano, e ainda possuía um quadro de funcionários relativamente modesto, 915 ao todo.
Em 1974 a Ferrari conseguiu com um motor de doze cilindros, 480cv , que equipou os 312 B3 e superou, na prática, os motores Ford-Cosworth V8, o que não acontecia desde 1961.
Em 1975 a Ferrari estreou o novo 312 T, o primeiro carro de fórmula 1 a utilizar câmbio transversal. Durante a década de 70 a Ferrari ganhou alguns títulos no campeonato mundial de fórmula 1, mas na década de 80 iniciou-se um longo período de jejum de títulos mundiais que, apesar dos pesados investimentos em novas tecnologias, com o aumento da electrónica nos seus carros, até 1994 ainda não tinha ganho nenhum título. Dentre as inovações introduzidas pela Ferrari neste período está o câmbio semi-automático, accionado por meio de patilhas localizadas atrás do volante.

A Melhor Ferrari em Homenagem ao seu criador

Durante este período ocorreu a morte de seu fundador, Enzo Ferrari, que morreu em Modena, a 14 de Agosto de 1988. Autodidacta em mecânica, recebeu em 1960, da Universidade de Bolonha, o título de Doutor "Honoris Causa" em Engenharia, e mais tarde, em Física. Ganhou do governo italiano o título de Comendador.

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